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Policiais “ficaram de deboche”, diz mulher de músico morto em carro

Delegado afirmou que indícios apontam que militares confundiram carro da família com de bandidos
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Luciana Nogueira: viúva do músico denuncia atuação da polícia no caso (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Rio de Janeiro – A mulher do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 51 anos, morto na tarde de domingo, 7, quando o carro da família foi metralhado por militares do Exército no Rio, esteve no início da tarde desta segunda-feira, 8, no Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo do marido. Luciana Nogueira, de 41 anos, técnica de enfermagem, também estava no carro que foi metralhado, juntamente com o padrasto, que ficou ferido, o filho de 7 anos e uma amiga.

Luciana chegou ao IML amparada por parentes e amigos. Ela contou que não teve ainda coragem de contar ao filho que o pai morreu. E disse apenas que ele está no hospital.

“Por que o quartel fez isso, meu Deus?”, questionou ela, muito emocionada. “Os vizinhos começaram a socorrer (o meu marido), mas eles continuaram atirando. Eu botei a mão na cabeça, pedi socorro, disse pra eles que era meu marido, mas eles não fizeram nada, ficaram de deboche.”

Luciana contou que estava casada com Evaldo há 27 anos. “Eu perdi o meu marido, o meu melhor amigo”, disse aos prantos.

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Ela diz ter ficado com medo de militares plantarem alguma coisa no veículo. “Não deixei chegar perto do carro para não botar nada lá”, afirmou. “Falei pra eles que não desejo nada de ruim para a família deles, mas que vão ter que pagar. A Justiça aqui é uma m., mas eu vou correr atrás, eles precisam ser punidos.”

A amiga de Luciana que estava no banco de trás do carro, Michelle da Silva Leite Neves, de 39 anos, também técnica de enfermagem, disse que não havia nada acontecendo naquele local, nem blitz nem arrastão. E que os militares não tentaram parar o carro ou conversar, simplesmente começaram a disparar contra o veículo.