Teatro sobre Luiz Gama emociona público em apresentação gratuita na Alerj
A escadaria do Palácio Tiradentes recebeu o espetáculo “Luiz Gama: uma voz pela liberdade”, que narra a trajetória do abolicionista em evento cultural gratuito da Alerj.
A escadaria do Palácio Tiradentes, sede histórica da Alerj, foi transformada em palco na noite desta segunda-feira (25/08) para o espetáculo “Luiz Gama: uma voz pela liberdade”, em mais uma agenda cultural gratuita promovida pelo Parlamento fluminense.
A peça, estrelada pelos atores Deo Garcez e Soraia Arnoni, está em cartaz há quase uma década e apresenta de forma dramática e satírica a trajetória de Luiz Gama (1830–1882) — jornalista, poeta, advogado autodidata e uma das principais vozes do movimento abolicionista no século XIX.
Entre os momentos mais marcantes do enredo estão o episódio em que, ainda criança, Gama foi vendido como escravo pelo próprio pai para pagar uma dívida de jogo, e sua atuação como defensor da liberdade, responsável por libertar mais de 700 pessoas da escravidão mesmo sem possuir diploma oficial de advogado. A peça também relembra a figura de Luiza Mahin, mãe de Gama e símbolo de resistência.
Para a deputada Renata Souza (PSOL), autora da lei que institui o Dia do Patrono da Abolição da Escravatura no calendário do Estado, celebrado em 24 de agosto, a apresentação é uma forma criativa de manter viva a memória do abolicionista. “Reconhecer Luiz Gama é recuperar nossa história. Ter esse espetáculo aqui é mais uma possibilidade de falar culturalmente sobre a trajetória do país”, afirmou.
Já a diretora de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo, ressaltou a importância de usar o espaço histórico como polo cultural: “O Palácio Tiradentes é palco do Legislativo, mas também a Casa do Povo. Receber espetáculos como este reforça a democratização da cultura”, disse.
Para o ator Deo Garcez, que dá vida a Luiz Gama, o caráter gratuito da apresentação amplia o alcance da mensagem: “Sempre será necessário falar sobre a luta de Luiz Gama. Levar a peça de forma gratuita é expandir o acesso ao teatro e manter vivos seus ideais de igualdade”.
A atriz Soraia Arnoni, intérprete de Luiza Mahin, destacou o simbolismo da apresentação: “É muito importante trazer a imagem de um homem negro como herói. Isso ajuda a reconstruir nosso imaginário coletivo”.
O jovem espectador Diogo Batista, 21 anos, sintetizou a emoção da plateia: “A importância dessa peça está em ocuparmos um espaço que nunca é ocupado por nós e contar a história de alguém fundamental para a libertação do nosso povo”.
O evento reafirmou a proposta da Alerj de aproximar a população de sua sede histórica e valorizar, por meio da arte, personagens essenciais da história brasileira.
Diário do Rio
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