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Gerp: entre dúvidas e paredões, um cenário confuso na eleição do Rio

Pesquisa do Gerp para governo do RJ ressalta confusão ideológica envolvendo os 3 candidatos declarados e com chances: Freixo, Rodrigo Neves e Castro

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Gerp: entre dúvidas e paredões, um cenário confuso na eleição do Rio

Pesquisa do Gerp para governo do RJ ressalta confusão ideológica envolvendo os 3 candidatos declarados e com chances: Freixo, Rodrigo Neves e Castro

A recente pesquisa do Instituto Gerp sobre intenções de voto para governador do Rio retrata as cartas confusas que agitam o pré-2022. O cenário reedita as divisões internas dos blocos ideológicos, um clássico carioca, e indica que o extremismo nascido em 2018 ainda é peso pesado no terceiro maior colégio eleitoral do país. Quem lidera é um não-candidato, que sequer tem domicílio eleitoral no Rio. Provavelmente por ter “general” no nome de guerra, um título que, antes do bolsonarismo, não seria suficiente para eleger vereador o oficial da reserva que vez ou outra virava notícia de pequena importância por fazer declarações de natureza golpista.

O quadro mostrado pelo Gerp, que fez 1.200 entrevistas, aponta nos três primeiros lugares o General Mourão (18%), Eduardo Paes (15%) e Marcelo Freixo (12%). Esquerda e direita trocam de posição conforme a idade dos entrevistados. Entre os mais jovens (18 a 24 anos), Freixo tem 31%, e Mourão, 8%. Entre os eleitores com 60 anos ou mais, o general tem 22%, e o deputado só 5%. Paes empata com Mourão entre os idosos e fica com 12% na faixa mais jovem. Na divisão por sexo, Mourão lidera o eleitorado masculino (24%), com o dobro das intenções de voto no prefeito (12%) e quase o triplo do deputado Freixo (9%). Entre as mulheres, mais equilíbrio: Paes 18%, Freixo 15%, Mourão 12%.

Castro e Rodrigo empatados no Gerp

Como nem Mourão nem Paes são pré-candidatos assumidos, chama atenção o nome que aparece em seguida, com 7%, nada desprezíveis. É o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves, embolado com o governador Cláudio Castro, com 6%. Em condições de brigar pelo cargo, Neves e Castro têm pela frente questões de natureza político-ideológicas a serem equacionadas. Neves fez carreira no PT e tem afinidade com o eleitorado lulista, mas Ciro Gomes deve ser o candidato a presidente por seu partido, o PDT, que há muito perdeu a consistência partidária garantida pelo centralismo brizolista.

Nesta semana mesmo, o secretário estadual de Ambiente, Thiago Pamplona, disse no programa Jogo do Poder (CNT) que, se precisar, sai do PDT para fazer campanha pela reeleição do governador. É um expoente do movimento CastroLula. É isso mesmo que o nome sugere: que o governador Cláudio Castro embarque na candidatura – a cada dia mais robusta – do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abandonando a mina de votos bolsonaristas.

Uma decisão bem difícil de ser tomada, caso Bolsonaro desista de lançar um extremista raiz e queira apoiar a recondução do governador. Foi a onda bolsonarista que empurrou o sinistro e desconhecido Wilson Witzel para o Palácio Guanabara. Como se sabe, Witzel foi afastado sob suspeita de corrupção após brigar com seu ex-ídolo, e, no lugar dele, assumiu Castro.

Diário do Porto