Candidatas negras foram alvo de 78% dos ataques virtuais na última eleição no RJ
Um levantamento do Instituto Marielle Franco divulgado na última sexta-feira (5), em audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), mostrou que cerca de 78% das mulheres negras que se candidataram a cargos políticos sofreram ataques virtuais na eleição passada. O encontro, promovido pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Casa e que debateu a violência política de gênero, teve a participação de parlamentares de diversas casas legislativas.
A presidente da Comissão dos Direitos da Mulher, deputada Enfermeira Rejane (PCdoB), apresentou a proposta de criação de um projeto que caracterize as agressões ocorridas no âmbito da política como falta de decoro. A intenção é costurar uma ação nacional, que envolva assembleias e câmaras de vereadores de todo o país.
"Precisamos realizar uma reflexão profunda. Esse espaço de poder é nosso. Somos 53% da população e estamos vivenciando a violência todos os dias. Seja com a roupa, com o cabelo, com o jeito de viver, tudo. Não adianta trabalharmos isoladamente. Essa luta tem que ser feita coletivamente", afirmou.
A vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, deputada Renata Souza (PSol), apresentou ainda dados da pesquisa do Instituto Marielle Franco, que mostram que 45% dos autores dos ataques contra as candidatas não foram identificados. Cerca de 25% dos responsáveis eram candidatos de grupos políticos adversários e 15% eram integrantes de grupos racistas e neonazistas.
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