MP recebe pedido para apurar interferência de Castro em estimativa sobre ato bolsonarista
O MP do Rio recebeu agora à tarde uma representação para que seja apurada a impressionante discrepância das estimativas de público divulgadas pela PM do Rio de Janeiro e outras instituições após o protesto bolsonarista do último domingo na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul carioca.
Enquanto a corporação subordinada ao governoCláudio Castro afirma que 400 mil pessoas estiveram no local, o Datafolha estimou 30 mil adeptos e o “Monitor do Debate Político”, ligado à USP, contou 18,3 mil.
Renata Souza, deputada estadual pelo PSOL do Rio, pede que a promotoria investigue se há atos de improbidade administrativa por trás da divulgação feita pela PM fluminense.
Motivo: além da diferença numérica, o jornalista Otávio Guedes revelou há pouco que partiu de Castro uma ordem para que o comandante da PM divulgasse a estimativa de 400 mil pessoas na manifestação (originalmente, o número seria de 50 mil).
O governador, que é aliado de Jair Bolsonaro e estava presente no ato, nega que tenha interferido na divulgação do dado.
Diz a deputada na representação:
“Observa-se que a PM do Rio de Janeiro (...) encontra-se subordinada ao governador Cláudio Castro e que não só Castro estava presente como apoiador de Bolsonaro, que convocou a manifestação, como também se utilizou do palco para discursar na ocasião. Parece óbvio que qualquer manifestação política operada pelo governador é livre e está coberta por proteção jurídica, mas a divulgação de informações falsas operada pela PMERJ, por sua vez, há que ser investigada”.
O texto da parlamentar também diz que a divulgação do número, se falsa, “não educa, desinforma e prejudica gravemente a orientação social sobre o debate público”. O ato bolsonarista foi utilizado por apoiadores de Jair Bolsonaro para pressionar pela anistia aos golpistas do pós-eleições de 2022.
O Globo