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Miliciano homenageado por Flávio Bolsonaro pode perder Medalha Tiradentes

Deputada Renata Souza protocolou pedido para revogação de medalha de Adriano Nóbrega, suspeito de chefiar milícia
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A deputada estadual Renata Souza (Psol-RJ) apresentou nesta quarta-feira (6) uma resolução para revogação da Medalha Tiradentes de Adriano Magalhães da Nóbrega, concedida em 2005 pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL). Adriano, que é ex-capitão do Bope, está foragido e é suspeito de chefiar o Escritório do Crime, quadrilha que pode estar envolvida com o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A medalha Tirandentes é a mais alta honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

“A Alerj precisa dar exemplo de uma casa que é transparente e que não compactua com o crime organizado. Se o Adriano Nóbrega tem relação com o Escritório do Crime, ele não pode ter dessa casa uma medalha Tiradentes que o reconhece como um cidadão digno de recebe-la. Então a gente faz esse (pedido de) revogação da medalha porque é muito importante que essa casa tenha responsabilidade com aqueles e aquelas que homenageiam. É óbvio que quem o homenageou foi Flavio Bolsonaro que possui na sua equipe familiares do próprio Adriano, então isso para a gente é muito complicado. Essa casa precisa dar respostas concretas ao que a sociedade também exige”, argumentou Renata ao Brasil de Fato.

HISTÓRICO

Adriano Nóbrega está foragido desde o último dia 22 de janeiro quando o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Polícia Civil deflagraram a "Operação Os Intocáveis", na comunidade de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio. As investigações o apontam como o comandante do Escritório do Crime, organização que seria especializada em assassinatos por encomenda.

Até novembro do ano passado, o senador Flávio Bolsonaro (PSL) empregava em seu gabinete a esposa e a mãe do capitão Adriano Magalhães da Nóbrega. Em nota o senador se defendendo das acusações e dizendo que as contratações foram feitas pelo seu assessor Fabrício Queiroz. "Quanto ao parentesco constatado da funcionária, que é mãe de um foragido, já condenado pela Justiça, reafirmo que é mais uma ilação irresponsável daqueles que pretendem me difamar. Sobre as homenagens prestadas a militares, sempre atuei na defesa de agentes de segurança pública e já concedi centenas de outras homenagens", afirmou.

Brasil de Fato

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