Mães relatam dificuldades para o atendimento a crianças neurodivergentes em escolas e hospitais
Entre os principais problemas relatados em audiência pública estão a longa espera por atendimento médico, a falta de profissionais de apoio nas escolas e a ausência de suporte psicológico e financeiro
Durante audiência pública realizada da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, diversas mães de crianças neurodivergentes denunciaram as dificuldades que enfrentam para garantir atendimento adequado aos filhos nas redes públicas de saúde e educação. Muitas relataram só conseguir acesso a serviços por meio de ações judiciais.
Entre os principais problemas citados estão a longa espera por atendimento médico especializado, a falta de profissionais de apoio nas escolas, a ausência de suporte psicológico e financeiro para as famílias e o desrespeito enfrentado no transporte público.
Segundo uma médica presente na audiência, cerca de mil crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aguardam atendimento na fila do Sisreg. Outras mil estão na espera por consultas relacionadas a diferentes questões neurológicas. A escassez de neuropediatras na rede pública, segundo ela, se deve à migração desses profissionais para o setor privado, motivada pela falta de valorização salarial.
Diante do cenário, a deputada Renata Souza (PSOL), que presidiu a comissão, informou que vai oficiar a Secretaria Estadual de Saúde para obter dados sobre a estrutura atual e o número de profissionais qualificados disponíveis na rede. Ela também pretende apresentar um projeto de lei para garantir mais agilidade e qualidade no atendimento às pessoas neurodivergentes.
De acordo com o Censo Demográfico de 2022 do IBGE, o estado do Rio de Janeiro tem quase 215 mil pessoas diagnosticadas com TEA, o que representa 1,3% da população fluminense, segundo o Instituto Autismo Rio de Janeiro.
O Globo
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