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Juiz barra jornalistas em votação da candidato do PSOL no Rio: “É porque sou favelada, preta?”

Juiz Sérgio Roberto Emilio Louzada alegou questões sanitárias para barrar a imprensa em decisão inédita nas eleições. Renata Souza, no entanto, conseguiu registrar o voto

· Matérias,Campanha 2020
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O juiz Sérgio Roberto Emilio Louzada, da 161ª Zona Eleitoral, em Bonsucesso, impediu que jornalistas acompanhassem e registrassem a votação da candidata do PSOL à prefeitura do Rio, Renata Souza, em decisão divulgada na manhã deste domingo (15).

“Eu estou exercendo o meu direto democrático. Todos os outros candidatos filmaram, todos os outros candidatos chegaram com imprensa. É porque é na favela? É porque sou favelada? É porque eu sou preta? É isso?”, diz a candidata do PSOL ao telefone, em vídeo divulgado pela deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ). Segundo a Mídia Ninja, Renata teria conseguido reverter a situação e registrar o voto.

Na decisão, o juiz alegou que não acha “oportuno e tampouco conveniente o ingresso e permanência de quaisquer outras pessoas além de eleitores e representantes de partidos políticos nos locais de votação, notadamente equipes jornalísticas que sempre atraem a atenção dos transeuntes, fomentando aglomerações indesejáveis nos locais destinados ao livre trânsito dos cidadãos e agentes públicos à serviço da justiça eleitoral”.

Renata Souza vota no CIEP Elis Regina, na favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Ela foi a única candidata que foi impedida pela Justiça de registrar o voto. “Liberar a filmagem em outras seções da cidade e barrar na favela é um entendimento antidemocrático”, afirmou.

Em entrevista pela manhã, o o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), o desembargador Cláudio Brandão Oliveira disse que a decisão foi baseada em “questões sanitárias”.