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Conceição Evaristo e Ondjaki debatem territórios de memória na FLIP 2025

Encontro será promovido pela Casa Poéticas Negras, que prepara 40 horas de programação para o evento literário

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Conceição Evaristo e Ondjaki debatem territórios de memória na FLIP 2025

Encontro será promovido pela Casa Poéticas Negras, que prepara 40 horas de programação para o evento literário

A Casa Poéticas Negras promoverá debates sobre direito à terra, justiça climática e cosmovisões originárias na 23° Festa literária internacional de Paraty – FLIP, que acontece entre 30 de julho e 3 de agosto, no litoral sul do Rio de Janeiro.

Com mais de 40 horas de programação, a Casa Poéticas Negras levará para o evento nomes fundamentais das lutas indígenas e quilombolas contemporâneas, como Eva Potiguara, escritora potiguara vencedora do Prêmio Jabuti, e Aline Rochedo Pachamama, historiadora e fundadora da primeira editora de mulheres originárias, que trazem reflexões profundas sobre ancestralidade e território a partir de sua vivência coletiva e política.

Entre os grandes destaques desta edição, também está o encontro inédito entre a brasileira Conceição Evaristo e o angolano Ondjaki, dois dos mais importantes nomes da literatura contemporânea em língua portuguesa. No painel “Onde a palavra mora: territórios de memória, afeto e invenção”, os escritores se encontram pela primeira vez em uma conversa que promete ser um marco de escuta entre Brasil e Angola, atravessando línguas, oralidades e territórios afetivos da diáspora africana. O encontro acontece na sexta-feira (1), das 19h30 às 21h.

Já na mesa “Sonhar a terra: educação, território e imaginação política”, Joana Maria Bispo, liderança do Quilombo do Nego Bispo, reúne-se com a líder comunitária Solange Brito, para refletir sobre como construir mundos mais equitativos em harmonia com a natureza.

Pela primeira vez, a Casa Poéticas Negras abre espaço para ocupações parceiras, como a Ocupação Casa Sueli Carneiro, que chega com o painel “Fazedoras de Memórias: educação, resistência e legado”. A atividade reúne Mafuane Oliveira, Aline Rochedo (Editora Pachamama) e Dona Benedita Martins (Editora Muvuca), discutindo o papel de mulheres negras e indígenas na preservação da memória como ferramenta de transformação social.

A Casa também recebe a deputada estadual do Rio de Janeiro Renata Souza (PSOL), para discutir “Favela e Parlamento: narrativas de resistência e a luta contra o extermínio”.

As atividades da Casa Poéticas Negras não estão restritas à FLIP, o espaço é reconhecido como Ponto de Cultura, declarado de utilidade pública no município de Paraty e com uma trajetória de seis anos de atuação no território quilombola local. Ao longo do ano, o ponto de cultura oferece programas educacionais que buscam empoderar a comunidade negra e fortalecer sua identidade na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro.

Alma Preta