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Alerj e as crianças perdidas

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Alerj e as crianças perdidas

O desaparecimento de crianças no estado do Rio de Janeiro recebeu atenção da Assembleia Legislativa, que criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que ouviu essa semana mães de menores que sumiram. Há mais de seis meses, as famílias de Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12 anos, não têm notícias sobre o que aconteceu com eles. Os meninos saíram para brincar no dia 27 de dezembro de 2020 e foram vistos pela última vez em uma feira em Belford Roxo, município onde moram. Essa é a realidade de dor que muitas famílias enfrentam sem os casos serem solucionados de forma rápida. Um dos relatos na CPI foi de Helena Elza de Figueiredo, que teve a filha de nove anos raptada em 2006. Ela falou da dificuldade em registrar a ocorrência. "Quando cheguei à delegacia, me mandaram voltar em 48 horas. Ainda ouvi o policial falar que minha filha, de nove anos, deveria estar por aí namorando", contou. A menina foi encontrada morta em uma casa abandonada, já em estado de decomposição. Mesmo reconhecendo o corpo, Helena só pôde enterrar a filha seis meses depois, após resultado do exame de DNA.

CPI DA UNIÃO

Como fortalecimento da causa, a CPI uniu parlamentares de partidos opostos. O relator da CPI, deputado Danniel Librelon (REP), quer que o trabalho da Comissão seja efetivo para ajudar a solucionar os desaparecimentos. "Entendemos e vimos que o poder público tem sido omisso, e essas mães, negligenciadas diariamente. Com agilidade, eficiência e humanização nas investigações essa CPI vai trazer respostas que essas famílias precisam", disse. A vice-presidente da CPI, a deputada Renata Souza (PSOL), presidiu a audiência com as mães. "Foi uma sessão emocionante, dolorosa, mas ao mesmo tempo elucidativa do sofrimento que familiares passam". As mães das crianças desaparecidas esperam resultados práticos da CPI. Representante do grupo Mães Virtuosas do Brasil, Luciene Torres teve sua filha desaparecida em 30 de agosto de 2009. "Aconteceu comigo há 12 anos e hoje as mães escutam a mesma coisa. Se essa CPI fizer com que a lei seja cumprida e que as mães sejam tratadas com o devido respeito, nossa vinda aqui terá valido a pena", relatou.

O Dia