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Alerj aportará recursos para execução de plano de ação contra a Covid19 nas favelas

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O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT) afirmou, nesta segunda-feira (04/05), que o Parlamento Fluminense está disposto a ajudar a financiar o plano de ações de enfrentamento ao Covid-19 nas favelas. O anúncio foi feito durante uma reunião virtual realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj, para combater a covid 19 nas favelas do Rio de Janeiro.

A reunião, presidida pela deputada Renata Souza (Psol), contou com a presença de representantes da Fiocruz, professores, pesquisadores das Universidades Federal e do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ e UERJ) e da Ponticífia Universidade Católica (PUC-RJ), além de profissionais de saúde e coletivos de moradores de favelas, responsáveis pela elaboração do documento.

“Só nos meses de março e abril a Alerj economizou R$108 milhões e está disposta a aportar recursos para concretizar esse plano. Fundamental incluir gestores na implementação desse plano tão importante. A Assembleia está a disposição para investir recursos, mas precisamos buscar parcerias além do Governo do Estado”, disse o presidente da Casa.

Um dos principais pontos abordados na reunião foi a criação de um gabinete de crise específico para as comunidades, integrando Governo do

Estado, prefeituras e moradores. Durante o encontro foram apresentadas ações de prevenção, atendimento médico e apoio social previstas para evitar novos casos de coronavírus e reduzir o impacto da pandemia entre a população das comunidades.

“É fundamental a instalação desse gabinete de crise justamente para que tenhamos uma instância real de compromisso de uma ação articulada. É preciso que esse gabinete de crise possa dar conta das especificidades das favelas resultante da desigualdade social, tanto para o acesso à assistência social, quanto ao prevenção e ação em saúde pública. Precisamos frear o crescimento da contaminação por coronavírus nas favelas e periferias”, afirmou a deputada estadual Renata Souza, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

Só nos meses de março e abril a Alerj economizou R$108 milhões e está disposta a aportar recursos para concretizar esse plano. Fundamental incluir gestores na implementação desse plano tão importante. A Assembleia está a disposição para investir recursos, mas precisamos buscar parcerias além do Governo do Estado”, disse.

O Plano, formulado por moradores de favelas e acadêmicos, lista diversas ações de prevenção, atendimento médico e apoio social para evitar novos casos de coronavírus e reduzir o impacto da pandemia entre a população. O documento prevê ações de prevenção como a veiculação de alertas para a população sobre os riscos da covid-19 e a importância do uso de máscaras. Durante a reunião também foi proposta a desinfecção das favelas, como as que vêm sendo feitas pela prefeitura; o teleatendimento para esclarecer as dúvidas dos moradores e a atenção a possíveis difusores, como os mototaxistas, já que as pessoas compartilham capacetes por exemplo.

Em relação ao atendimento médico, o plano propõe a implantação de Pólos de Atendimento exclusivo para Covid-19 nas Comunidades com mais de 50 mil habitantes. A utilização dos prédios das escolas públicas ou de outros espaços públicos existentes nas comunidades ou em seu entorno para a realização de quarentena assistida por indivíduos com sintomas da doença, mas que não precisam de internação hospitalar, também foi citado no documento.

Representando o Instituto Raízes em Movimento do Complexo do Alemão, Alan Pinheiro defendeu o apoio do poder público para que as ações possam ser efetivadas. “Pensar em um plano que atenda essas especificidades das favelas é fundamental. O saneamento nunca foi universalizado, temos problemas com o fornecimento de água, esgotamento sanitário e recolhimento do lixo. Apesar da pandemia ter começado numa classe social mais elevada, ela está se proliferando nas comunidades”, disse.

A engenheira, pesquisadora e fundadora do coletivo Rocinha Resiste, Magda Gomes, complementou e disse que os problemas estruturais já existentes estão se agravando com essa situação. “O isolamento social não está sendo possível. Moram muitas pessoas em casas de cômodos pequenos. A Rocinha tem cinco escolas que poderiam servir para as pessoas que precisem ficar em quarentena assistida”, ressaltou.

O professor da PUC-RJ, Marcelo Burgos, assinalou que a pobreza não está limitada as favelas. “Esse plano, com algumas adaptações, pode ser adequado também a determinadas áreas da região metropolitana. A cidade está disposta a participar da rede de solidariedade, é preciso coordenar isso. Algumas favelas, pela localização, estão mais contempladas que outras, isso precisa ser pensado”, apontou. Segundo ele, outro problema nas comunidades têm sido a falta de apoio e agilização nos sepultamentos.

Participaram da reunião os deputados Flavio Serafini, Dani Monteiro e Mônica Francisco, do Psol, assim como os deputados Waldeck Carneiro do PT, Márcio Pacheco, do PSC e Martha Rocha, do PDT.